quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A bichinha social.

O género (ver aqui)
 
Há um género de bichinha que estava escondidinha nos cafundós dos bares, das escolinhas secundárias e dos cabeleireiros deste país e que agora está por todo lado, graças às redes sociais. Não se enquadram bem no género Morangos com açucar, nem no grupo dos Emos. E uma espécie de mula sem cabeça, menino do lapedo do facebook e do hi5. O mural destas criaturas é uma sucessão de monossílabos e onomatopeias, intercaladas com sinais gráficos, corações e merdices do género. Pelos tópicos constatamos que é depressiva. Ou namora, ou está entre namoros, ou quer namorar. Os namoros duram, em média, uma semana no verão e duas (vá lá, em algunas sub-espécies, três) no inverno. Mensagens mais elaboradas implicam descrições básicas: "hoje caguei", "almocei lentilhas" e "parti uma unha". Ocasionalmente escrevem, num inglês merdoso, frases inexpressivas que ouviram num teledisco fatela da Britney ou da Katy Perry. Aliás, sendo biológica e geneticamente gajos, apresentam-se vestidos e penteados como a Kesha depois de acordar no seu próprio vomitado. São geralmente magrinhas e muito bronzeadas, quase no ponto melanoma. Abominam engates idosos, sendo que, para estas bichinhas, a ideia de idoso implica cumprir idade superior ou igual 25 anos - idade que ultrapassarão mais depressa do que os outros, graças às queimaduras de 3º grau do bronzeado, à laca e às mistelas que espalham pelo corpo. Estão por todo lado, mas sobretudo na H&M, springfield e, no caso das bichinhas portuenses, pelas galerias - o único sítio onde se dão com outras espécies, nomeadamente o tipo bicha-bloco-de-esquerda-com-óculos-de-massa-e-bigodinho, de que falaremos brevemente.


A vossa amiga e conselheira,
Maria dos Remédios

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